Ex.mo Senhor
Em anexo, remeto a V. Ex.cia, para os fins que julgar convenientes, um convite e um programa das Bodas de Prata de ARGON a levar a efeito no próximo dia 21 deste mês de Julho, na Casa-Museu Leal da Câmara, património da Câmara Municipal de Sintra que promove o evento, sito na Rinchoa, Freguesia de Rio de Mouro, pelas 18 horas.
Tanto em cima da hora, é provável que a vossa agenda esteja já preenchida na sua totalidade, servindo de argumento de recusa. Apesar disso, espero que não seja preciso eu provocar nenhuma catástrofe natural ‘in loco’ para que o C. M, acorra, todo pressuroso, para ficar com os direitos exclusivos da notícia, e dela fazer manchete.
Para concluir, direi que não mandei o convite há mais tempo porque receei que se esquecessem, agora que anda para aí uma doença contagiosa mais temível, porque mais prejudicial, do que a ‘grip’Á’ (a letra A maiúscula também faz parte da gripe, por isso, a ela vem sempre associada) que loureiramente tem atingido muitos colarinhos brancos
deste país.
25ª hora: se, na quarta-feira, não quiserem dar a notícia, agradeço que, ao menos, a dêem como «não notícia».
ARTUR NETO GONÇALVES
Pequeno esforço biográfico
Nasceu em Alfaiates, concelho de Sabugal e licenciou-se em filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa.
Foi professor do ensino secundário oficial e, presentemente, encontra-se na situação de aposentado.
Foi director do jornal «Mensagem da Saudade», do «Jornal de Queluz» e sub-director do «Jornal Amadora-Sintra».
Escreve e publica crónicas de humor há 25 anos, com o heterónimo ARGON, nos jornais citados e, presentemente, é colaborador permanente do Jornal «Notícias de Sousel, onde mantém, há três anos, uma página com textos de humor e outros textos de características variadas.
Tem 15 livros publicados e mais quatro em vias de publicação.
Os últimos dois livros que publicou são: «VILIRRI» e «HUMOR EM PEDAÇOS», ambos de humor. São dois livros que têm merecido da crítica a opinião mais elogiosa. Não existe no mercado editorial, segundo os críticos, dois livros mais cómicos e mais originais do que estes. Não há que negá-lo, sem os ter lido.
Sirvo-me de uma citação do Jornal da Região para justificar o potencial apetite de bons leitores:
«Experimentem e leiam este livro (refere-se ao livro «Humor em Pedaços»). Acham que podem parar?».
E vai outra citação de um escritor que associa à leitura do AMOR EM PEDAÇOS as excelências luxuosas do afamado a saboroso vinho do Porto:
«O livro «Humor em Pedaços» é um livro óptimo para saborear aos bocadinhos – como se saboreia um bom cálice de Porto -, para alegrar a vida. Óptimo também para reflectir sobre a nossa vida e o nosso mundo, suas alegrias, contradições, absurdos e facécias»
Dr. Manuel Leal Fernandes.
A propósito do VILIRRI, o meu ex-professor de Latim, Grego e Literatura Portuguesa do 7º anos dos antigos Liceus, começa assim uma carta que não tem nada de irónico, em resposta ao livro que lhe enviei:
«Tardei em responder-lhe porque nestes últimos tempos estive submerso, sem poder mexer-me, prazenteiramente, com carradas e carradas de talento sobre mim.»
E, mais adiante, adianta:
« O Herman José certamente desconhece-lhe os textos porque, se começasse a escrever para ele, enriquecia depressa».
A carta termina assim:
«É para mim um grande orgulho ter um ex-Aluno com estes dotes que desconhecia».
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Também tenho um blogue onde já inseri 153 textos – crónicas, artigos, notícias, em quatro meses, ou pouco mais.
http://argon.blogs.sapo.pt
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ARGON – é o heterónimo que assina todos os textos de humor. Publicou uma crónica de humor mensal – sempre de humor, sem nunca ter falhado um só mês! Nunca meteu férias, nem os patrões tiveram a lembrança de lhas dar! E é ele o homenageado do dia 21 de Julho. Agradece que o leiam e digam bem dele e da sua obra. Porque ele é filho
de boa gente.
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TEXTOS-AMOSTRA
1. Texto vilirrístico:
O meu marido chama-se IVAristo, este ano deu-lhe para brincar à IVAsão fiscal, o fisco caiu-lhe em cima, IVAdiu a nossa conta bancária e o nosso pé de meia IVAporou-se.
Do livro VILIRRI de ARGON.
2. Texto argonístico:
Baixa de impostos
A história registou o facto. O Xá da Pérsia, quando lhe nasceu um filho, baixou os impostos. Ainda Portugal era governado pelo ditador Salazar.
Agora, já se compreende a seguinte
QUADRA
A gaita do Xá da Pérsia
Os impostos fez baixar.
Ora gaita, p’rá inércia
Da gaita do Salazar!
Do livro HUMOR EM PEDAÇOS
Nota de penúltima hora (em correio rosa):
Se do «Correio da Manhã» me enviarem um nome individualizado, eu enviarei estes meus dois livro a título de oferta. Se os lerem e não gostarem, eu dou «dobrado contra singelo».
FINAL:
Tudo o que digo, tem um «no entanto» final:
Apesar de tudo isso, eu sou o mais desilustre desconhecido escritor do país. Até devia ser condecorado por isso. Nunca o meu nome – e muito menos a minha obra, veio referenciada em qualquer órgão da comunicação social escrita ou falada.
É caso para dizer:
VIVA A LIBERDADE DE IMPRENSA!
Com as minhas melhores saudações,
ARtur GONçalves