Quinta-feira, 30 de Setembro de 2010

OS PODERES DE PINTO MONTEIRO

 ESTE TEXTO FOI PUBLICADO PELO ´PÚBLICO' HOJE MESMO.

 

É DO SEGUINTE TEOR:

 

Todos os jornais têm noticiado, quase todos os dias, o impasse em que se encontra o problema do vice-Procurador Geral da República que Pinto Monteiro insiste em conservar junto de si, apesar de aquele estar a ocupar o lugar do seu sucessor ilegalmente. O PGR queixava-se que a rainha de Inglaterra tinha mais poderes do que ele. O que não é verdade, porque ele não tem os poderes. Ele tem o poder. É aqui que está a diferença. De tal modo assim é, que parece que não há espaço na nossa democracia que valha para resolver este imbróglio, sem solução aparente à vista. Na verdade, nem Sócrates, nem o Governo, nem a Assembleia da República, nem o Presidente da República se atrevem a beliscar, sequer, esta vontade soberana de Pinto Monteiro. O homem lá continua, creio que a pedra e cal e nem a justiça o consegue demover, porque parece que não há lei aplicável. E nem o alarme dos ‘baixos’ ou setas invertidas dos jornais conseguem alterar a situação.

Por outro lado, é possível que, num futuro mais ou menos longínquo, com o ‘azeite’ a vir ao decima, se venha a saber qual foi o seu verdadeiro poder nos casos mediáticos, isto é, nos casos que envolveram as figuras gradas do nosso mediatismo, como sejam o Freeport e o Processo Casa Pia.

Por tudo o que afirmo, proponho que a comunicação social mude de agulha e passe a outros casos, por exemplo, a fazer jornalismo de investigação à procura de saber mais casos semelhantes ao despoletado pelo Correio da Manhã, sobre as viaturas de luxo e a quantidade de carros que vivem à custa dos nossos impostos, (Vasco Pulido Valente contabilizou 39 mil) numa afronta a todos os portugueses que andam a pé ou se deslocam em carro próprio que tiveram que pagar e pagar a manutenção, o combustível e as despesas fiscais, que não são poucas.

 

 

publicado por argon às 18:31
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Quinta-feira, 23 de Setembro de 2010

O GOVERNO DO PAÍS, OU O PAÍS DO GOVERNO?

 

Corre por aí uma grande azáfama durante a chamada «rentrée» política. Todos os partidos afinam as suas estratégias, não para verem qual a melhor para defenderem o país da crise, mas para arranjarem argumentos com que atinjam os seus adversários políticos, naquilo que julgam serem os pontos mais fracos e dignos do ridículo.

Trata-se de inventar pontos fracos das propostas de cada partido, para assunto das suas invectivas, procurando, cada um, as melhores frases assassinas que possam encontrar eco nos media, para atacarem os seus adversários.

Reparem que Sócrates tem um governo minoritário, mas não está disposto a abdicar do posso, quero e mando, para defender a sua política com que, diz ele, se apresentou ao eleitorado. Diz que o partido socialista é que ganhou as eleições.

E, pelo andar da carruagem, estamos vendo que a nenhum deles interessa resolver os problemas com que o país se defronta, embora chorem lágrimas de crocodilo quando falam dos mais atingidos pela crise, e falem de soluções que não passam das palavras.

Se eles fossem partidos a sério, mais preocupados com os portugueses do que com eles próprios, juntar-se-iam todos e chegariam a um consenso, cedendo daqui, aceitando dali, quer à direita, quer à esquerda, com o concurso dos melhores economistas. Mas eles o que querem é obterem votos para continuarem a comer à custa do orçamento, repartindo o bolo entre eles. Não conseguem disfarçar aquilo que os move e os eleitores deviam exigir-lhes responsabilidades pelo esbanjamento dos dinheiros públicos. Que ninguém sabe onde e quanto se despendem. O que vêem é que, no fim de cada mês, ficam mais pobres.

Até quando?

publicado por argon às 22:43
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FUNDAÇÕES

 

 

Há muito tempo que ando com curiosidade em desvendar um pouco o que se esconde por detrás da designação de «Fundação».

Como o mercado de livros sobre o tema é muito escasso, fui à Internet e fiquei a saber que em Portugal há pouco mais do que 50 Fundações. Esta informação foi colhida há dois anos que foi quando escrevi este texto. Agora, em 2010, segundo a informação mais recente e publicada nos jornais, há 639 Fundações(!!!) todas a comer à custa do Estado, isto é, a sacar dos nossos impostos, o que é uma violência. Mas, mais grave, ainda, é que as Instituições que vivem do Orçamento do Estado são 14 mil(!!!). E estão a nascer todos os dias como cogumelos porque todas querem viver à custa do Estado dizendo-se, todas elas, de utilidade pública e sem fins lucrativos (que eu não sei o que isto quer dizer).

Todos sabemos que a mais importante é a Fundação Calouste Gulbenkian, em Portugal há 50 anos, que foi considerada a personalidade do ano pela Associação de Imprensa Estrangeira, como reconhecimento da sua actividade no panorama cultural, artístico e educativo português. Há uma outra de que todos os anos ouvimos falar porque refere as centenas de milhares de euros que o Estado lhe tem concedido a fundo perdido, a título de subsídio, e livre de impostos. Refiro-me à Fundação Mário Soares (FMS). Segundo declarações recentes de um dos seus administradores, «ao longo dos seus dez anos de actividade, (fez dez anos no dia 11 de Dezembro) a FMS tem realizado muitas conferências, lançamento de livros, debates, seminários, sempre sem qualquer orientação ideológica plurais. Trata-se de «uma instituição de direito privado e utilidade pública sem fins lucrativos, ligada à pessoa do ex-presidente da República, Mário Soares». Nasceu com o propósito de realizar acções de carácter cultural, científico e educativo e tem financiado estudos e trabalhos de investigação nestes domínios». Tem a particularidade única de acolher toda a espécie de correspondência de particulares a favor dos mais variados interesses pessoais. Talvez não erremos se dissermos que, de todas as fundações, é aquela que mais vive à custa dos nossos impostos, pelos chorudos subsídios que todos os anos recebe do Estado.

Em Portugal a maior parte das Fundações são de divulgação técnica, apoio, centros de estudos, espaços de informação e são de reduzida dimensão.

António Champalimaud, que à data da sua morte detinha a maior fortuna pessoal do país, apesar de maltratado e espoliado de seus bens pelos revolucionários de Abril, - para evitar a prisão, teve que fugir para o Brasil, - antes de falecer, quis deixar o seu nome ligado à Fundação Sommer Champalimaud, dotando-a com uma verba anual de 1,8 milhões de euros que, segundo o Finantial Times, será a quarta maior do mundo, destinada a galardoar os inventos no campo da medicina óptica, e será a primeira a promover a cooperação internacional entre a Europa, Ásia e África, verba anunciada pela sua presidente, Dr.ª Leonor Beleza. A Fundação pretende combater a cegueira e outras incapacidades visuais, por vontade testamentária do seu fundador. O seu centro de pesquisas encontra-se na Índia, em parceria com o Instituto Prasad que desenvolve «investigação na área das células estaminais». Neste Instituto trabalham os melhores especialistas a nível mundial. A parceria foi formalizada aquando da visita do Presidente da República Portuguesa à Índia.

Em Portugal está na moda e é chique ter uma Fundação, tal como ser sócio do ACP ou ter um cartão de crédito Gold do Unibanco. Há quem a tenha por vaidade, sustentada pelos subsídios do Estado, isto é, paga com o nosso dinheiro, para fugir ao fisco. Mas há outras que são fundações a sério, dotadas de dotações milionárias e filantrópica, sustentados com dinheiros de empresários ricos. (já citámos duas portuguesas acima). Em 2009 nasceu mais uma destas: a Fundação Manuel dos Santos, instituída pelo patrão da cadeia de hipermercados Pingo Doce, em homenagem ao seu pai, com o objectivo de promover e aprofundar o conhecimento da realidade portuguesa. É uma Fundação a sério, sustentada por uma dotação milionária do seu fundador.

Noutros países, as fundações estão muito em voga e, porque são dotadas pelos seus fundadores de verbas pessoais muito avultadas, exercem um papel muito importante, quer fomentando pesquisas, quer dando apoio e solidariedade, quer atacando doenças como a SIDA, a cólera, a malária, etc. Em França há 2.200, na Alemanha há 15.000 e nos E.U.A. há 60.000.

Se quisermos referir outras fundações estrangeiras, aquela que mais salta à vista é a  Fundação Belinda e Bill Gates, - o par mais rico do mundo, porque eles fizeram questão de envolver nela uma grande parte da sua fortuna que é actualmente de 42 mil milhões de euros, a qual se destina a acções humanitárias e a minorar o sofrimento do mundo (refira-se que em 2003 a sua Fundação vacinou, em Moçambique, 55 milhões de crianças). Bill Gates abandonou a presidência da sua empresa para se dedicar por inteiro à sua Fundação. Neste mundo, incluindo no nosso país, devia haver muitos Bill Gates.

Merece, também, referência muito especial a Fundação George Soros, um dos maiores gurus da economia de nível mundial. Criou a sua Fundação, com um investimento total, desde o início, de 5 biliões de dólares, com um pico de 600 milhões por ano, cujo fim é promover a democracia, os direitos do homem e as reformas económicas, ou seja, trata-se de uma filantropia política. Ele tem Fundações nacionais em 25 países.

Normalmente, o objecto destas Fundações, vai para a solidariedade, o acesso à educação e ao emprego, a luta contra a exclusão, a protecção da infância, a ajuda ao desenvolvimento. A cultura vem em segundo lugar e as questões do ambiente são uma forte componente nas preocupações dos fundadores.

Em França no último trimestre de 2009, foi criada a Fundação de Louis Vuitton, de Bernard Arnault, o  número 1 mundial do luxo, com uma dotação de 100 milhões de euros, verba que inclui a criação de um edifício desenhado por Frank Gery, de linhas audaciosas. Um lugar consagrado a valorizar e difundir a criação contemporânea, especialmente junto dos jovens.

O maior problema de Bill Gates é não saber que quota da sua fortuna irá deixar aos filhos. Ao menos os pobres não têm esse problema... É pena que tenham outros mais graves… Ele sabe que, tal como dizia Andrew Carnegie, rei do aço, «a mortalha não tem bolsos». Por outras palavras: o dinheiro não vai com a mortalha, o dinheiro só é útil fora do bolso. E fora das contas bancárias.

                                                                                                                             Artur Gonçalves.

Em 2009 escrevi e o D.N. publicou:

Está na moda e é chique ter uma Fundação. Há quem a tenha por vaidade, sustentada pelos subsídios do Estado e para fugir ao Fisco. Mas há outras que são fundações milionárias e filantrópicas, sustentadas por dinheiros de empresários ricos. Acaba de nascer mais uma destas. Fundação Francisco Manuel dos Santos. Com o objectivo de «promover e aprofundar o conhecimento da realidade portuguesa». Venham mais! Destas!

D.N. 19.fev. 2009.

 

 

publicado por argon às 12:38
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Quarta-feira, 22 de Setembro de 2010

NÃO HÁ RAPAZES MAUS

Morreu o senhor Palma Inácio. E toda a comunicação social embandeirou em arco a louvar as suas virtudes. Chamam-lhe, mesmo, um herói. Mas herói porque? Porque  desenvolveu  acções revolucionárias contra a ditadura de Salazar e contra este, para o derrubar. Já li que praticou uma façanha digna de louvor porque assaltou o banco da Figueira da Foz. Esqueceram-se de dizer que não fez mais do que prejudicar o país, roubando o que era dos cidadãos. Malbaratou o dinheiro e esteve preso, por tudo isso. Valeu-lhe o 25 de Abril que o libertou da prisão e lhe restituiu a liberdade. Seríamos tentados a dizer que merece parabéns por ter fundado um partido. Mas não os merece porque fundou o LUAR, um partido revolucionário, de cariz anarquista, porque ele nunca soube viver em democracia. O mais grave e notório é que ele nunca construiu nada de positivo, andou sempre a destruir. Apesar disso, o inefável e ingénuo Sampaio no ano 2000 distinguiu-o com a Grã-Cruz da Ordem e da Liberdade. Ele que lutou sempre contra a ordem e a liberdade! Devia era ter-lhe concedido uma Grã-Cruz da Desordem e da Inlibardade. Sampaio fingiu que não conhecia o distinguido, ou quis ocultar as suas diabruras façanhudas e distinguir o que há de bom no fundo de cada um de nós. Há muitos mais portugueses que levaram e levam uma vida de sacrifício a ajudar desinteressadamente o próximo que ele esqueceu. Vejam lá se o Sampaio e outros Sampaios se lembrou de condecorar estes beneméritos da sociedade. É por isso que a política é a arte de enganar os povos e de os iludir. Mas o povo não se deixa enganar! Transformou o Palma dando-lhe a palma de uma vitória que ele nunca alcançou porque lutou sempre apostando em causas perdidas, à partida. Será por isso que o chamam de herói?

Mas admiro Palma Inácio numa coisa: com os conhecimentos revolucionários que lhe teriam granjeado amigos no PS, nunca quis viver às custas das prebendas do Estado. Nunca pediu um emprego chorudo a que’ tinha direito’ por ter sido tão façanhudo contra Salazar. Vivei na pobreza, o coitado e fora da ribalta mediática que sempre detestou.

Mas não se bate num homem morto. Paz à sua alma!

&

 

A LIÇÃO DE SUSAN BOYLE

 

A vida da cantora Susan Boyle é a da vitória contra o preconceito. Os ingleses, todos à uma, gritaram, na fase de apresentação dela na televisão, num célebre concurso, contra esta mulher. Diziam que ela era feia, não andava nas colunas sociais, não pertencia à nata do jet-set, que não sabe fazer nada, não era elogiada pela comunicação social. Mas ela teimou e venceu.

No entanto, depois de a verem actuar e, sobretudo, depois de lhe escutarem a voz magnífica, renderam-se e começaram  a arrepender-se do mal que tinham feito. Então, passaram a elogiá-la e a ter orgulho dela.

Quantas Susanas existem por aí, reféns dos novos preconceitos? Quantas pessoas que consideramos ridículas, escondem riquezas invejáveis? Condenamos sumariamente as pessoas, sem antes tratarmos de as conhecer, exaltando os valores que elas representam.

Esta história serve de exemplo. Uma mulher, mais que ignorada, desprezada, deu a volta por cima. Por isso, o «The Gaurdian» pergunta: «ela é feia, ou somos nós?»

Ela alcandorou-se, mercê da sua teimosia e do seu talento nos lugres cimeiros da glória e da exaltação. Chegou a ser recebida por Obama que a homenageou porque ela, embora feia, sem a fama de outras de menores qualidade do que ela, conseguiu impor-se aos ingleses que lhe não regatearam os maiores hossanas.

É a destituição da mania preconceituosa que diz que uma rapariga, para ser grande, famosa e receber os aplausos do público tem que ser bonita (ter uma cara bonita) medir não sei quanto de peito, de cintura e de «bunda»...

publicado por argon às 22:54
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O SENHOR B.B.

O SENHOR B.B.

 

Chama-se Baptista Bastos. Não perco nenhuma crónica dele no Diário de Notícias. Por isso, estou bem informado sobre o tipo de personagem que ele é. Escreve bem, mas os assuntos variam pouco. E a forma de linguagem e os temas são sempre os mesmos. Ele, sendo do PCP, está tudo dito. Julgo que só variaria de discurso 180 graus, rumo à desgraça, se Portugal fosse governado pelo seu partido.

É um daqueles escritores que só gosta de dizer mal. De todas as correntes de governo e de opinião que se opõem às ideias dele e do seu partido, cuja cassete já todos conhecemos e que é sempre a mesma. É um muito convencido. Que ele é que sabe. Os outros são uns ignorantes. Dá pancada no governo e na oposição, entenda-se, PSD. Nunca criticou o BE, nem o PC.

Ora, digo eu, se ele é que sabe como é, se ele é que sabe quais são os podres do país e das ideologias dos partidos que o sustentam, se ele é que sabe como se deve governar, acho que devia ser obrigado a governar. Porque ele é que sabe. Os outros são uns ignorantes. Esquece-se que é fácil criticar, mas difícil governar.

Há tempos escreveu um artigo a chorar baba e ranho a favor dos coitadinhos dos palestinianos do Hamas e de uma menina que morreu às mãos dos israelitas. O texto estava de tal modo construído, que bastava substituir a última palavra – o nome da menina, pelo de uma menina israelita para virar o texto de patas ao ar. E suscitaria a mesma verve de protestos e comiserações. Ela era do Hamas. Mas toda a descrição assentava que nem uma luva se se tratasse de uma menina israelita. Porque o que aconteceu a essa menina tem acontecido com as vítimas israelitas, mortas pelo Hamas. E ele nunca lastimou as vítimas israelitas.

Li muitas vezes este faccioso condenar Israel pelas guerras e morticínios contra o Hamas e nunca o vi derramar uma lágrima pelas vítimas dos israelitas, levadas a cabo pelo sacrossanto Hamas.

Há quatro dias, no DN., escreveu a sua crónica habitual. Com as mesmas características habituais. Mas desta vez não malhou no PSD, nem  no governo. Malhou em Cavaco Silva e no seu discurso de Natal que ele arrasa sem contemplação. Nunca li ninguém a dizer tão mal de uma pessoa. Nem sequer teve um pouco de pejo e dizer que houve, ao menos, uma palavra, uma! que ele, cavaco, disssesse e que estava bem. Condenou todo o discurso e disse cobras e lagartos contra o pobre, coitado. Afinal, descubro que a ideologia de esquerda obnubila o pensamento!

De BBs destes não precisamos nós!

&

publicado por argon às 22:51
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ABRIL PROMESSA

REPRODUZO AQUI UM SONETO DE UM POETA, RESPIGADO DO LIVRO QUE EU ESCREVI AO COMPUTADOR E AJUDEI A PUBLICAR, COM O NOME «AQUI, ENTRE PINHAIS». TRATA-SE4 DE UM POETA QUE EU ADMIRO E RESPEITO. A PROFISSÃO É BATE-CHAPA E FAZ UNS BISCATOS EM ALUMÍNIO. VIVE MODESTAMENTE.

 

 

Podias ser para mim o mês eleito

Que almejei para todos, cor de jade,

Que é a cor da esperança, da vontade,

Dum viver mais fraterno, mais perfeito.

 

Podias ser o alvor da felicidade

A que este luso povo tem direito;

Abril das águas mil, correndo ao jeito,

Do amor primaveril em liberdade.

 

Mas não és tudo o que eu sonhei e quis,

De ver realizado em meu país

Na justiça e dignidade social.

 

És, apenas, como terra prometida,

O Abril da promessa não cumprida,

Aos que precisam mais em Portugal.

 

 

publicado por argon às 22:30
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INADMISSÍVEL?

REPRODUZO O TEXTO QUE ENVIEI PARA A DIÁRIO DE nOTÍCIAS. SÓ NÃO SEI SE O PUBLICARÃO:

 

 

Todos estamos lembrados do que aconteceu depois do dia da leitura da parte do Acórdão que deu a conhecer a condenação de sete arguidos pedófilos da fina flor famosa do nosso entulho. A juíza-presidente prometeu que, no dia seguinte, entregaria o texto completo do Acórdão. E falhou. voltou a prometer e voltou a falhar, tendo quebrado a promessa, várias vezes adiada.

Este facto mereceu muitas críticas. E houve um jornal diário de referência que até lhe dedicou um editorial com o seguinte título: «Falta inadmissível dos juízes». Faz um juízo severo, acusando o colectivo de juízes por terem faltado à sua promessa. Inadmissível?

A desculpa teria sido a falha da tecnologia em que estava gravado o longo texto. Parece que na alta tecnologia electrónica não pode haver falhas. Pelo menos, parece que não são admissíveis. Ora, a mim, o que me admira não é que elas falhem, o que me admira é que não falhem.

Devo dizer que ninguém teria ficado mais preocupado das falhas do que o colectivo de juízes, mais do que os advogados dos arguidos.

Já tenho na minha posse todo texto do acórdão e, embora não seja jurista, já li partes. E devo acrescentar que passei metade da minha vida a ensinar a ler, escrever, falar, montar, desmontar e interpretar textos de autores clássicos e não só. Daí que saiba dar valor a um trabalho tão exaustivo, tão circunstanciado e tão longo que, possivelmente, terá sido escrito ao computador por várias mãos e que foi acompanhado pelos juízes em matéria tão importante e sensível, dado que tinha sobre ela os olhos despertos e curiosos de todo o país.

Temos é que dar os parabéns à justiça por ter conseguido, pela primeira vez, arranjar provas para culpar estes predadores inveterados que, por temperamento genético, conseguem fazer-se passar por pessoas as mais normais, inofensivas, imaculadas e verdadeiras deste mundo e não há memória de um só (Silvino será a excepção à regra, mesmo assim, poderia, se quisesse, ter mostrado todo o seu ínvio percurso com mais provas contra ele e contra outros pedófilos) que não jure com toda a seriedade descarada que está inocente e que as confessadas vítimas mentiram e, por isso, não merecem credibilidade.

publicado por argon às 22:24
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O PRÓS E CONTRAS

É o seguinte o texto publicado hoje no Público:

 

O PRÓS E CONTRAS

 

 

O ‘Prós e Contras’ de segunda-feira passada teve como assunto o debate sobre a Revisão Constitucional proposta pelo PSD. Intervieram, apenas, os partidos com assento na Assembleia da República. O assunto prometia, mas todos os partidos da esquerda acoplados pelo CDS, passaram todo o tempo, não a discutir e a apresentarem propostas sobre o assunto, mas a malhar no PSD e na sua proposta de alteração do Serviço Nacional de Saúde (S.N.S.). E não saíram daí. Procuraram cada um defender a sua ideologia que os portugueses já bem conhecem. Parecia uma luta de galos, tendo o garnisé CDS vindo à liça, juntando-se a estes, eram quatro contra um. A Constituição para o PS, o BE e o PCP é uma vaca sagrada em que se não pode tocar nem com uma flor.

O presidente do grupo parlamentar do PSD apresentou as propostas do seu partido de modo claro e convincente, e deu os seus argumentos que deveriam merecer a atenção dos opositores. O argumento era de que o Serviço Nacional de Saúde não se pode manter como está, por se saber que é insustentável, por falta de apoios financeiros a curto prazo, dada a crise de endividamento em que o país se encontra. O PS, representado por Jorge Lacão, passou todo o tempo a enaltecer a acção do seu governo: que construiu e vai construir xis hospitais, que melhorou as finanças públicas, que baixou a percentagem de mortalidade infantil e as listas de espera. E por mais que a moderadora, que pouco moderou, lhe lembrasse que ele (e os outros) dissesse como se pode manter, nunca respondeu. O BE e o PCP limitaram-se a atacar o PSD e a manter a cassete e os chavões do costume: ‘os ricos que paguem a crise’ e, portanto, o Estado Social. O S.N.S. não pode deixar de continuar como está: universalmente gratuito.

Seria um debate decepcionante se não conhecêssemos os nossos políticos que, mais do que defender os interesses do país, se limitam a defender a ideologia do partido, para se continuarem a manter no poder.

Este debate mostrou que o país não tem emenda, nem solução à vista. Foi uma pura perca de tempo.

 

 

 

 

publicado por argon às 22:19
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Terça-feira, 21 de Setembro de 2010

UMA NOTÍCIA A SEU GOSTO

ESTE TEXTO FOI PUBLICADO NO DIA 15.09.2010

 

 

1. Foi Guterres que introduziu as SCUT – um sistema de passagem pelas novas auto-estradas sem se pagar portagem. O próprio nome não mente: Sem Custos para o UTilizador. A coisa pegou de estaca e foi como sopa no mel. Mas, precisando de dinheiro como de pão para a boca, Sócrates quer seguir a regra do «utilizador-pagador».

 

2. Há 4 processos de pagamento:

 via verde; «chip»; pré-pagamento; pós-pagamento.

 

  Via verde.

- se já tem, não precisa de mais nada.

- se não tem, já pode adquirir o chip nos CTT ou na Via Verde.

«Chip»

- é um dispositivo electrónico de matrícula, integrado no interior do veículo, para cobrança de portagem.

Pré-pagamento:

- dispositivo temporário para pagamento electrónico, sob anonimato.

Pós-pagamento:

- uma foto será tirada aos veículos que passam pelos pórticos das SCUT sem dispositivo. Se não pagar dentro de 5 dias, será penalizado.

 

Reconstitua as diversas narrativas possíveis, a partir do seguinte jogo linguístico:

 

                                                                                     Uma notícia a seu gosto

 

 

PARE... SCUT... E OLHE

 

PARE... SCUT... E PAGUE

 

PAGUE... SCUT... E SIGA

 

1. Concorda que passe a haver portagens em todas as SCUT?

– se sim, passe à 2.

- se não, passe à 18.

2. Não posso compreender como é que  não há portagens em todas as SCUT porque a verdade é que, se não são pagas por quem as utiliza, elas serão pagas por todos os portugueses, através dos seus impostos, mesmo que não tenham viatura.

18. Elas foram construídas, à partida, com o intuito de não serem pagas pelo utilizador, para favorecer os condutores do interior e assim se devem manter.

 

3. Está de acordo que os do Norte devem continuar a protestar para continuarem a não pagar?

- se sim, passe à 19.

-se não, passe à 4.

19. Os do Norte têm toda a razão e vão fazer valer os seus direitos.

4. Os do Norte não devem ser privilegiados em relação ao resto do país. Porque é que nós pagamos e eles não hão-de pagar?

 

5. Acha que o Governo tem razão em querer impor o pagamento de portagens em todas as SCUT?

- se sim, passe à 6

- se não, passe à 20

6. O governo diz que precisa de dinheiro por estar em dificuldades financeiras por causa da crise. E eu dou-lhe razão.

20. O governo, se quiser, sabe onde há-de ir buscar dinheiro de que carece, sem sobrecarregar-nos nas SCUT. Basta ser menos despesista e esbanjador.

 

7. Concorda que o Governo está a atrasar uma medida que já devia ter implementado?

- se sim, passe à 8.

- se não, passe à 21.

8. Ele, agora, com uma maioria relativa no Parlamento, tem de estar dependente do PSD que lhe tem trocado as voltas e não pode fazer, por si, o que desejaria.

21. A culpa do atraso não é do governo, mas do receio e medo que tem das gentes do Norte.

 

9. Acha que o governo,  tão altivo e prepotente, na legislatura anterior, tem agido com agilidade nesta matéria?

- se sim, passe à 10.

- se não, passe à 22

10. O governo tem feito uma figura triste: primeiro, disse que a entrada em vigor do pagamento das SCUT seria no dia 1 de Julho, depois, no dia 1 de Agosto. Agora, fala em Janeiro de 2011.

22. não tem agido com agilidade porque tem medo da contestação, não tem força sozinho e tem medo da oposição do PSD e dos outros partidos da esquerda.

 

11. Passou, mesmo, a encarar a hipótese de fazer descontos em algumas SCUT. Acha bem esta medida?

- se si, passe à 23.

- se não, passe à 12.

 

23. Acho bem e justo, mas sabemos que é uma medida transitória. Prometeu isentar 46 dos 116 concelhos do país. Trata-se de uma promessa que sabemos que não vai cumprir. É só para nos adoçar a boca e nos calar.

12. Isso é só para enganar o freguês. É pena que os visados continuem a acreditar em promessas.

 

 

13. Sócrates é acusado de pretender invadir a nossa privacidade com os meios electrónicos de pagamento.

- se acha bem, passe à 14.

- não, passe à 24.

14. Isso é que se diz nos ‘mentideros’. Ele já desmentiu a atoarda.

24. Não podemos confiar num homem que mente constantemente. Só uma forte contestação dos portugueses e dos partidos da oposição o podem fazer recuar.

 

15. Parece que a maioria dos portugueses

prefere que todas as SCUT sejam pagas, tal como as restantes que são portajadas.

- se concorda, passe à 16.

- se não, passe à 25.

16. Se tal não acontecer, isto é, se houver excepções, será uma injustiça.

25. Guterres, esse imaginativo e o seu ministro Cravinho, quando as isentaram, estavam no seu perfeito juízo. Ele sabia que, com a medida, estava a defender os condutores do interior, os de menores recursos e os que não tinham alternativa.

 

17. Acha que Guterres e o seu ministro fizeram bem?

- se sim, passe à 26.

- se não, passe  á 18.

26. Acho que fizeram bem.

18. Se eles soubessem que isto iria dar um grande sarilho e viria a ser uma grande trapalhada, não teriam procedido assim. Mas estamos a tempo de corrigir a anomalia. Foi no tempo das vacas gordas e com o primeiro-ministro mais perdulário e esbanjador. Agora, eis chegado o tempo do utilizador-pagador.

 

19. Como lhe parece que, ao fim e ao cabo, vai acabar esta discussão que traz meio país em polvorosa?

- se respondeu sim à 1, passe à 27.

- se respondeu não, passe à  20.

20. Isto vai acabar por se fazer justiça. Todas as SCUT passarão a ser pagas, doa a quem doer. É neste sentido que apontam as diligências do PSD e do PS.

27. Eu gostaria que tudo ficasse como está, isto é, com a existência de SCUT ( sem custos para o utilizador). Mas não acredito nisso, por razões conjunturais.

 

28 Quer saber mais sobre as SCUT?

- se sim, passa à 29.

- se não, passe à 29.

29. Não há mais texto.

- Passe à 30.

30. A história das SCUT acabou.

 

ARGON

 

publicado por argon às 22:59
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Segunda-feira, 20 de Setembro de 2010

AS ESCOLAS OFICIAIS. A RAIZ DA MAL

PUBLICADO NO 'PÚBLICO' NO DIA 19 DE sETEMBRO DE 2010:

 

 

A educação é uma das pedras angulares da nossa sobrevivência como nação. Por isso se fala dela durante todo o ano e provoca inúmeras discussões. Mas dela se fala, sobretudo, no início e fim de cada ano escolar. E em geral, pelas razões menos positivas.

A gestão da anterior ministra da educação foi a mais desastrosa de todas porque atacou, sem rebuço e sem tréguas, os principais agentes educativos – os professores, como se viu. A tese dela era de que a culpa do estado ruinoso e os maus resultados das escolas se deve, exclusivamente, aos professores. Nada mais errado.

Então, e os procedimentos do Ministério da Educação? Podemos dizer que é aqui que está a raiz do mal. É que o ministério imiscui-se demasiadamente nas escolas e não as deixa funcionar com normalidade – ‘deixem-nos ensinar!’ – gritavam os professores revoltados, nas mega-manifestações.

Vejam só, por comparação, como funciona o ensino particular que, pela sua completa normalidade, não causa alarme social. O ministério nunca se intrometeu nas escolas deste ensino. Nas escolas do ensino particular e cooperativo, há uma só preocupação que a anterior equipa do ministério, na prática, nunca pôs no rol das suas prioridades: o sucesso escolar dos alunos. Aqui, os professores e os alunos trabalham com motivação, estes estudam, são bem comportados nas aulas, há sucesso escolar. Não há burocracias, não há reuniões constantes, não há rivalidades entre os professores. Não há, por isso, o tumulto que houve nas escolas oficiais. Quem por lá andou ou anda sabe que é assim. E tudo porque o ministério não mete o bedelho nas escolas particulares porque, se metesse, como mete nas escolas oficias, seria um desastre.

O ministério quer boas estatísticas, o ensino particular quer bons resultados. O ministério ataca os professores, as escolas particulares dão prevalência à área turma. O ministério finge preocupar-se, exclusivamente, com a competência dos professores, as escolas particulares preocupam-se com os resultados dos alunos. É só essa a diferença, além de muitas outras. E tudo porque o governo socialista quer controlar as escolas oficiais e imprimir-lhes a marca da sua matriz ideológica.

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publicado por argon às 17:19
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